Formações
Educar para a liberdade
A liberdade somente encontra sentido na verdade
A educação bem pode ser entendida como uma habilitação da liberdade, a fim de perceber o apelo do valioso – daquilo que enriquece e convida a crescer – e a enfrentar as suas exigências práticas. Isso se consegue com o propondo usos da liberdade, propondo tarefas plenas de sentido.
Cada idade da vida tem seus aspetos positivos. Um dos mais nobres, que tem a juventude, é a facilidade para confiar e responder positivamente à exigência amável. Num tempo relativamente curto, pode-se apreciar mudanças notáveis em jovens a quem se confiaram encargos que podiam assumir e que consideravam importantes: ajudar uma pessoa, colaborar com os pais em alguma função educativa...
Pelo contrário, essa nobreza manifesta-se, de forma pervertida e, frequentemente, violenta contra aqueles que se limitam a satisfazer os seus caprichos. À primeira vista, esta atitude é mais cômoda, mas, a longo prazo, os custos são muito mais gravosos e, sobretudo, não ajuda a amadurecer, pois não os prepara para a vida.
Quem se acostuma, desde pequeno, a pensar que tudo se resolve de forma automática, sem nenhum esforço ou abnegação, provavelmente não amadurecerá no tempo devido. E quando a vida magoar – coisa que inevitavelmente acontecerá – talvez não tenha conserto. O homem deve modelar o seu caráter, aprender a esperar os resultados de um esforço longo e continuado, a superar a escravidão do imediato.
Certamente, o ambiente hedonista e consumista que hoje respiram muitas famílias no chamado “primeiro mundo” – e também noutros muitos ambientes de países menos desenvolvidos – não facilita captar o valor da virtude ou a importância de atrasar uma satisfação para obter um bem maior.
Assista também: "É preciso dar liberdade para os filhos", com Mazinho e Celiane
Face a esta circunstância adversa, o senso comum evidencia a importância do esforço; por exemplo, nos nossos dias tem especial vigor a referência à cultura desportiva, na qual se nota que quem deseja ganhar uma medalha tem de estar disposto a sofrer treinos prolongados e árduos.
Em geral, a pessoa capaz de se orientar, livremente, para bens que “valem a pena” deve estar preparada para enfrentar tarefas de grande envergadura (aggredi) e para resistir com tenacidade no empenho quando chega o desalento e aparecem as dificuldades (sustinere). Estas duas dimensões da fortaleza fornecem a energia moral para não nos conformarmos com aquilo que já foi conseguido e continuar a crescer, chegar a ser mais. Hoje, é especialmente importante mostrar, com eloquência, que uma pessoa, que dispõe dessa energia moral, é mais livre do que quem não dispõe dela.
Todos estamos chamados a conseguir essa liberdade moral, que só se pode obter com o uso, moralmente bom, da liberdade de arbítrio. Constitui um desafio para os educadores, em particular para os pais, mostrar, de modo convincente, que o uso autenticamente humano da liberdade não consiste tanto em fazer o que nos apeteça, mas o bem, como costumava dizer São Josemaria.
É esse o caminho para se libertar do clima asfixiante de suspeita e de coação moral que impedem procurar, pacificamente, a verdade e o bem, aderir, cordialmente, a eles. Não há cegueira maior do que a de quem se deixa levar pelas paixões, pelas “vontades” (ou pela falta delas). Quem só pode aspirar ao que lhe apetece é menos livre do que aquele que pode procurar, não apenas na teoria, mas com obras, um bem árduo. Não há desgraça maior do que a de quem, ambicionando um bem, surpreende-se sem forças para o levar a cabo, porque a liberdade encontra todo o seu sentido quando se exercita no serviço da verdade que resgata, "quando se gasta em procurar o Amor infinito de Deus, que nos desata de todas as escravidões", afirma São Josemaria Escrivá em sua obra 'Amigos de Deus'.
Cada idade da vida tem seus aspetos positivos. Um dos mais nobres, que tem a juventude, é a facilidade para confiar e responder positivamente à exigência amável. Num tempo relativamente curto, pode-se apreciar mudanças notáveis em jovens a quem se confiaram encargos que podiam assumir e que consideravam importantes: ajudar uma pessoa, colaborar com os pais em alguma função educativa...
Pelo contrário, essa nobreza manifesta-se, de forma pervertida e, frequentemente, violenta contra aqueles que se limitam a satisfazer os seus caprichos. À primeira vista, esta atitude é mais cômoda, mas, a longo prazo, os custos são muito mais gravosos e, sobretudo, não ajuda a amadurecer, pois não os prepara para a vida.
Quem se acostuma, desde pequeno, a pensar que tudo se resolve de forma automática, sem nenhum esforço ou abnegação, provavelmente não amadurecerá no tempo devido. E quando a vida magoar – coisa que inevitavelmente acontecerá – talvez não tenha conserto. O homem deve modelar o seu caráter, aprender a esperar os resultados de um esforço longo e continuado, a superar a escravidão do imediato.
Certamente, o ambiente hedonista e consumista que hoje respiram muitas famílias no chamado “primeiro mundo” – e também noutros muitos ambientes de países menos desenvolvidos – não facilita captar o valor da virtude ou a importância de atrasar uma satisfação para obter um bem maior.
Assista também: "É preciso dar liberdade para os filhos", com Mazinho e Celiane
Face a esta circunstância adversa, o senso comum evidencia a importância do esforço; por exemplo, nos nossos dias tem especial vigor a referência à cultura desportiva, na qual se nota que quem deseja ganhar uma medalha tem de estar disposto a sofrer treinos prolongados e árduos.
Em geral, a pessoa capaz de se orientar, livremente, para bens que “valem a pena” deve estar preparada para enfrentar tarefas de grande envergadura (aggredi) e para resistir com tenacidade no empenho quando chega o desalento e aparecem as dificuldades (sustinere). Estas duas dimensões da fortaleza fornecem a energia moral para não nos conformarmos com aquilo que já foi conseguido e continuar a crescer, chegar a ser mais. Hoje, é especialmente importante mostrar, com eloquência, que uma pessoa, que dispõe dessa energia moral, é mais livre do que quem não dispõe dela.
Todos estamos chamados a conseguir essa liberdade moral, que só se pode obter com o uso, moralmente bom, da liberdade de arbítrio. Constitui um desafio para os educadores, em particular para os pais, mostrar, de modo convincente, que o uso autenticamente humano da liberdade não consiste tanto em fazer o que nos apeteça, mas o bem, como costumava dizer São Josemaria.
É esse o caminho para se libertar do clima asfixiante de suspeita e de coação moral que impedem procurar, pacificamente, a verdade e o bem, aderir, cordialmente, a eles. Não há cegueira maior do que a de quem se deixa levar pelas paixões, pelas “vontades” (ou pela falta delas). Quem só pode aspirar ao que lhe apetece é menos livre do que aquele que pode procurar, não apenas na teoria, mas com obras, um bem árduo. Não há desgraça maior do que a de quem, ambicionando um bem, surpreende-se sem forças para o levar a cabo, porque a liberdade encontra todo o seu sentido quando se exercita no serviço da verdade que resgata, "quando se gasta em procurar o Amor infinito de Deus, que nos desata de todas as escravidões", afirma São Josemaria Escrivá em sua obra 'Amigos de Deus'.
http://www.opusdei.org.br
23/08/2012 - 08h00
Fonte; www.cancaonova.com
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